Os 5 graus de fimose (e como eles podem afetar a sua vida sexual)

diagnóstico adulto

Você não consegue expor a cabeça. Não se preocupe, você não está sozinho. A fimose pode se manifestar em diversos graus de intensidade, tornando possível a seguinte...

Classificação:


Grau 5 - Nenhuma retração é possível

fimose grau5

Quando você tenta puxar o prepúcio para trás, tudo se alonga, mas nada se move. A abertura não abre de jeito nenhum, e em alguns casos mais extremos é tão pequena quanto um buraco de agulha. Você talvez consiga ver alguma minúscula fração do que está lá dentro, ou pode estar tudo escondido atrás das dobras de pele.

Grau 4 - Leve retração, mas sem exposição

fimose grau4

Você consegue retrair um pouco o prepúcio, mas o acúmulo de pele à frente do meato (orifício na glande por onde sai a urina) é tão grande que tudo continua escondido.

Grau 3 - Retração parcial, abertura urinária visível

fimose grau3

Você consegue puxar o prepúcio um pouco e ver o meato. Mas é muito apertado para ir adiante.

Grau 2 - Exposição parcial da glande

fimose grau2

Você consegue retrair o prepúcio um pouco, mas ele não passa pela corona (parte mais larga da glande).

Grau 1- Retração total, mas apertando a base da glande

fimose grau1

Você consegue puxar o prepúcio totalmente atrás da glande, mas depois é uma batalha fazê-lo voltar para frente. Você tem que espremer a glande com os dedos para ela desinchar, e sofrer para levantar a pele de volta sobre ela. Se o prepúcio ficar preso atrás da glande, diz-se que ocorre uma parafimose.

Grau 0 (sem fimose) - Fácil retração e reposicionamento

fimose grau1


É óbvio que essa lista tem suas limitações. Como qualquer classificação, ela é uma simplificação da realidade e não tem a pretensão de fazer com que a sua fimose seja facilmente rotulada.

O fato de o pênis estar mais ou menos flácido ou ereto, e até mesmo as condições climáticas e estado emocional podem interferir no resultado.

Em linhas gerais, entretanto, ela pode ser bastante útil para que você tenha uma noção de quão distante o seu caso específico se encontra dos extremos, e do progresso (ou regresso, caso sua fimose seja adquirida) que está acontecendo.

Fimose e vida sexual

Caso você ainda não tenha vivenciado por conta própria, não é difícil imaginar que os diversos graus de fimose podem impactar negativamente como as coisas acontecem no departamento sexo.

​Se a sua fimose é do grau 3 para cima, você não experimenta a ação deslizante do prepúcio. Esse deslizamento tornaria o sexo mais prazeroso e exigiria menos lubrificação da sua parceira. Além disso, a não exposição da glande e da região frenular também faz com que você sinta menos prazer.

Se a sua fimose é do grau 2, você pode sentir dor quando o prepúcio é forçado para trás (o uso da camisinha, de preferência bem lubrificada, normalmente ajuda a sentir menos dores). E a não exposição da região frenular, que é extremamente inervada, ainda o priva de uma série de estímulos sensoriais.

E se a sua fimose é do grau 1, você tem receio que a parafimose aconteça durante ereções, e procura evitá-las. Durante as relações, você tende a ficar com medo de o prepúcio doer ou ficar travado atrás da glande, e essa tensão impede que você realmente aproveite a relação.

A linha de chegada

Para a fimose ser considerada resolvida, o seu prepúcio deve poder ser completamente retraído para trás e reposicionado para frente, tanto ereto quanto flácido, sem que seja necessário espremer a glande. Quando isso acontecer, você está pronto.

É perfeitamente normal que o prepúcio ofereça alguma resistência à retração, ou que tenda a recobrir novamente a glande depois de retraído. Também é normal que ele não retraia sozinho com o pênis ereto. Essas características ainda se enquadram na classificação de grau 0, e não exigem nenhum tipo de tratamento ou cirurgia.

Referências

- Kikiros C, Beasley S, Woodward A (1993). The response of phimosis to local steroid application. Pediatric Surgery International, 8(4):329-332.
- Crédito das ilustrações: A Phimosis Journey (Canadá).
- Taylor JR, Lockwood AP, Taylor AJ (1996). The prepuce: specialized mucosa of the penis and its loss to circumcision. British J of Urology, 77:291-5.
- Sorrells ML, Snyder JL, Reiss MD, et al (2007). Fine-touch pressure thresholds in the adult penis. British J of Urology, 99:864-9.
- McGrath K (2001). The frenular delta: a new preputial structure. Em: Denniston GC. Understanding Circumcision: A Multi-Disciplinary Approach to a Multi-Dimensional Problem. Nova Iorque: Kluwer/Plenum, 199-206.