Soluções: alongamento manual (casos muito leves), cirurgia.
1. O que é o freio do pênis, e para que serve?
O freio, frênulo ou cabresto do pênis é uma prega de pele (pense no freio da língua) que une a parte ventral da glande (ou seja, a parte "de baixo" da cabeça do pênis) ao prepúcio. Seu nome técnico é freio balanoprepucial.
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Ele pode variar muito de pessoa para pessoa, tanto quanto à rigidez e espessura do tecido quanto à sua inserção, isto é, fixação, na glande.
O freio exerce basicamente 2 importantes funções, uma mecânica e outra sensorial:
Função mecânica
O freio age como uma espécie de "mola" que faz com que, uma vez retraído, o prepúcio tenda a voltar a sua posição original.
Isso é importante para manter a glande protegida, lubrificada e livre de abrasões.
Função sensorial
O freio (e regiões adjacentes, o chamado delta frenular) é intensamente inervado e, consequentemente, erógeno.
O contato do freio com a vagina faz você sentir ainda mais prazer durante as relações sexuais.
2. Freio curto
Quando há tensão/tração excessiva do freio na glande do pênis, estamos na presença do famigerado freio curto, também conhecido por freio breve.
No caso do pênis flácido, o problema se verifica durante a retração manual do prepúcio. Com o pênis ereto, a própria ereção se encarrega da retração do prepúcio e consequente tensionamento do freio.
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Como saber se meu freio é curto?
Se, ao retrair o prepúcio, a sua glande tende a se "entortar" momentaneamente para baixo, então o seu freio provavelmente é curto.
A única maneira de saber com certeza se o seu freio é curto é através de uma consulta médica com profissional qualificado.
Se você ainda não consegue sequer expor a glande com o pênis flácido, então você só poderá "descobrir" (literalmente!) se o seu freio é curto ou não após ter se livrado da fimose.
Freio curto causa curvatura peniana?
Deve-se esclarecer que um freio curto NÃO causa curvatura peniana.
O freio curto pode tracionar a glande para baixo, "entortando" momentaneamente a extremidade do pênis, mas mantendo o eixo relativamente reto:
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Já nos casos de real curvatura ventral (ou seja, para baixo) do eixo do pênis, quase sempre estamos na presença de uma curvatura peniana congênita que nada tem a ver com freio curto. Essa condição se deve a um desenvolvimento anormal dos revestimentos do pênis, com um comprimento da parte dorsal (ou seja, de cima) do pênis maior que o comprimento da perta ventral:
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Nesses casos, portanto, uma cirurgia de freio não irá resolver a curvatura do corpo do pênis (que é corrigida com outro tipo de cirurgia).
3. Consequências e complicações
Quanto mais curto for o freio, maior a probabilidade da ocorrência de problemas, principalmente durante as relações sexuais.
3.1 Rompimento do freio
O rompimento do freio pode ser completo ("liberação" espontânea) ou parcial.
Se o rompimento for total, pode-se dizer que o problema foi resolvido "na marra" (de forma dolorosa e esteticamente pouco satisfatória).
Lacerações parciais tendem a causar dor em relacionamentos subsequentes, com o risco de ocorrência de novas lacerações ou micro-lacerações. Nesse caso, as opções disponíveis são:
Continuar a ter relações, com a possibilidade de um rompimento completo subsequente que resolva o problema espontameamente (opção possível, mas, como já acenado, insatisfatória esteticamente e dolorosa).
Abstinência por um período de cerca de 20 dias e avaliação de como as coisas estão indo (baixa probabilidade de resolver o problema).
Liberação cirúrgia do freio (sem dúvida esta é a linha de ação recomendada, pois resolve a questão definitivamente de forma indolor e esteticamente satisfatória).
3.2 Ejaculação precoce
A brevidade do freio está frequentemente relacionada a problemas de ejaculação precoce: um freio curto que entra em tração durante a relação sexual pode levar à hiperestimulação dos receptores que transmitem a sensação de prazer, resultando em menor latência ejaculatória.
Mas atenção: o freio curto nem sempre é a causa da ejaculação precoce, assim como o alongamento cirúrgico do freio (frenuloplastia) nem sempre resolve o problema.
Por exemplo, os casos de ejaculação precoce que ocorrem antes da penetração ou, de qualquer maneira, devidos primariamente à excitação mental, não podem ser atribuídos a nenhum aspecto da fisiologia peniana.
4. Soluções
Em alguns casos leves, ou seja, quando o freio não é muito curto ou rígido, a brevidade frenular pode ser resolvida (ou pelo menos atenuada) através de "exercícios" de alongamento progressivo. O método recomendado é o seguinte:
Normalmente, entretanto, somente uma intervenção cirúrgica é capaz de resolver o problema do freio curto. Existem basicamente 2 tipos de cirurgia de freio: a frenuloplastia e a frenulectomia. A frenuloplastia consiste na "liberação" cirúrgica do freio, enquanto na frenulectomia o freio é literalmente amputado pelo cirurgião.
Ambas as modalidades cirúrgicas são relativamente simples (podendo ser executadas em ambulatório e com anestesia local), rápidas e resolvem definitivamente o problema do freio curto.
A frenulectomia, entretanto, apresenta a desvantagem da perda completa do freio, que, como vimos acima, é um tecido funcional e erógeno. Por essa razão, a linha de ação recomendada para a maioria dos casos de freio curto é a cirurgia de frenuloplastia.
Perguntas frequentes
O rompimento do freio nas primeiras relações sexuais ou com masturbação vigorosa não é absolutamente a regra; entretanto, como já mencionado, as características do freio podem variar muito entre as pessoas. As características que tornam um freio “em risco” de laceração são principalmente a estrutura fina do tecido e uma carência de comprimento (freio curto) que determina a sensação de tração na glande durante a ereção.
O rompimento do freio pode causar diversos graus de dor e sangramento (uma pequena artéria passa ao longo do freio!). Nesses casos, não se desespere: procure secar a ferida, comprimindo a glande entre o polegar e o dedo indicador no nível da laceração. Muitas vezes, essa simples manobra já é suficiente para estancar o sangramento (o tempo varia de caso a caso). Se o sangramento continuar, ou se a laceração for particularmente extensa, é necessário ir a um pronto-socorro: após anestesia local, a laceração será devidamente tratada e a ferida suturada com alguns pontos. Nada de trágico!
Se o rompimento não causar sangramento grave, não é necessário ir ao hospital. Nesses casos, basta desinfetar a área com algum bom desinfetante (água oxigenada, merthiolate, etc) por uma semana e esperar pacientemente pela cura espontânea, que geralmente ocorre em cerca de dez dias. Evite relação sexual antes de pelo menos 20 dias após o rompimento, e use cautela (e um preservativo bem lubrificado) nas primeiras transas.