Infecções e pequenas cicatrizes podem se degenerar até a formação de uma fimose de alto grau de severidade, em que o movimento do prepúcio encontra-se completamente bloqueado pela presença de um "anel" cicatricial, denominado anel fimótico adquirido...
A fimose pode ter ser de dois tipos diversos: fisiológica (também chamada de congênita) ou patológica (também chamada de adquirida).
As causas da fimose patológica são infecções por bactérias/fungos ou lesões que geram a formação do anel fimótico.
Já a fimose fisiológica vem do nascimento e é característica da infância, quando a abertura do prepúcio ainda não se alargou o suficiente para permitir o descobrimento da glande. Nesse caso, a abertura prepucial (que é naturalmente mais fibrosa, e portanto menos elástica do que o resto do prepúcio) também costuma ser chamada de anel fimótico.
A presença do anel fimótico compromete o deslizamento do prepúcio sobre a glande, o que por sua vez:
Como já acenado, na idade adulta a fimose normalmente ocorre em função de infecções/lesões curadas de forma inapropriada ou tardia. Após eventos desse tipo, pode começar a se formar no prepúcio um anel de células inelásticas ao redor da glande, que com o passar do tempo se tornam cada vez mais rígidas causando um estreitamento do mesmo. Nos piores casos pode ocorrer um estrangulamento da glande (parafimose) tão intenso a ponto de ser necessário pronto atendimento médico.
Principalmente no início, quando a fimose é ainda de um grau leve, o homem tende a querer resolver o problema simplesmente forçando o prepúcio para trás, com ou sem o uso de alguma pomada. Mas, procedendo assim, na realidade se obtém o efeito contrário: forçar a pele gera novas pequenas lesões e consequentemente mais tecido cicatricial, fazendo com que o anel fimótico fique ainda mais rígido.
Os exercícios de alargamento manual também são desaconselhados para o tratamento da fimose adquirida, mesmo que a pele não apresente mais nenhuma ferida ou infecção. Isso porque a rigidez do anel fimótico adquirido é tal que as técnicas manuais não surtem efeito, além do risco de novas infecções devido ao contato excessivo e forçoso com os dedos.
A fimose patológica pode ser resolvida de duas maneiras: cirurgicamente ou através de aparelho. A cirurgia em questão se chama postectomia ou circuncisão, e é a linha de ação indicada rotinamente pela grande maioria dos médicos brasileiros. Esse intervento consiste na amputação cirúrgica do todo o prepúcio (postectomia total) ou da parte do prepúcio em que se situa o anel fimótico (postectomia parcial).
Em outros países têm sido cada vez mais utilizados aparelhos específicos para o tratamento da fimose (mesmo daquela adquirida), com os médicos indicando a circuncisão somente quando absolutamente necessário. Essa atitude tende a se tornar cada vez mais frequente também no Brasil, à medida que esses aparelhos forem sendo disponibilizados no mercado brasileiro.
Os dispositivos específicos para o tratamento da fimose baseiam-se na capacidade do organismo de se modificar permanentemente quando submetidos a tensões dilatadoras. A ação desses aparelhos se concentra nas células inelásticas do tecido fimótico que, graças a um leve e constante processo de dilatação, se afastam umas das outras e abrem espaço para a formação de novas células elásticas. No caso da fimose adquirida, a criação de novas células elásticas faz com que o prepúcio possa tornar a deslizar livremente sobre a glande, livre de impedimentos e restrições, exatamente como na situação anterior ao surgimento do problema.